Morro Santana - Moldura da Santa Isabel

Quem vem pela Salgado Filho de Porto Alegre ou do Centro de Viamão se depara com uma avenida que começa estreita e depois de alarga em duas vias, segue em direção ao morro parecendo que o atravessa num túnel imaginário. É a Avenida Liberdade.

Como um portal de boas vindas o Morro de Santana já está ali a emoldurar a Santa Isabel. Podemos identificar a silhueta da "moldura da Santa Isabel num raio de 30 quilômetros.
Para quem chega pela primeira vez, a impressão inicial é semelhante à de quem entra em um vale ao pé do morro.

A Liberdade - O Eixo Comercial
Depois de percorrer a Medianeira e contronar a segunda curva nos deparamos com a "novíssima" praça Santa Isabel, local de encontro das mais diversas gerações.

A seguir uma forte concentração de empresas comércios de venda e prestação de serviços que se estende de uma forma intensa desde a esquina da Rua Santa Isabel até a rua Diamantina.
Nesse percurso podemos notar que esta concentração de lojas e escritórios esta sempre em expansão e crescimento, com o surgimento de empresas num ritmo frenético, quase diário!
História da Grande Santa Isabel - Ao pé do Morro Santana
Santa Isabel e a Sesmaria de Santana
• Essa sesmaria (na qual integrava também toda a região da Santa Isabel) teria uma área aproximada de 14.000 hectares. Essa concessão foi confirmada por carta Régia de 23/01/1744 e registrada a 11 dezembro desse mesmo ano, no Livro de Ofícios e Mercês de Lisboa no Porto de Viamão, visada a 20 de julho de 1754 pelo Governador, conde de Bobadela, General Gomes Freire de Andrade.
Carta Régia - 1754
O Morro Santana
• Figura como uma referência geográfica O Morro Santana demarcava os limites da sesmaria que pertenceu primeiramente a Jerônimo de Ornelas e, posteriormente, a Inácio Francisco. Em segundo, por ter abrigado a sede da estância de Santana, local onde residiram os dois primeiros proprietários dessa sesmaria.

O primeiro Dono das Terras
• Em 1732 Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos estabelece -se no Porto de Viamão. O local escolhido para construir a sede de sua sesmaria foi o MORRO SANTA ANA (ou Santana). Jerônimo de Ornelas mudou-se para Guaratinguetá, São Paulo, onde contraiu núpcias em 1723, com dona Lucrécia Leme Barbosa, nascida nesta mesma cidade. O casal teve dez filhos, mas todos os descendentes legítimos são-no por linha feminina, uma vez que eram oito filhas que casaram e dois filhos que faleceram solteiros.
• Diversos pesquisadores afirmam que a sua prole daria destacada descendência no Rio Grande do Sul.
Jerônimo de Ornelas
Limites da Sesmaria de Santana
• Ao norte, com a fazenda do Ten. Francisco Pinto Bandeira, tendo como divisa o Rio Gravatai; Ao sul, com as terras de Sebastião Francisco Chaves, tendo como divisa o Rio Jacareí (mais tarde chamado Arroio Dilúvio); A Oeste, as praias do Rio Grande (conhecido na época como Igahiba ou Lagoa de Viamão, hoje Rio Guaiba) e a Leste, com as terras de Francisco Xavier da Azambuja, tendo como divisa o atual Arroio Feijó e seu afluente mais tarde conhecido por Arroio Dornelles, incluindo todo o Morro Santana.
A primeira casa dos Ornelas
Santa Isabel - Rural e Urbana
• Grande parte desta sesmaria (ou fazenda) estava assentada no local onde encontramos e envolvia toda a Santa Isabel de hoje. Podemos comprovar esta informação através da investigação de SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS encontrados e pesquisados na Santa Isabel, ou seja, existem provas materiais e concretas desta ocupação humana iniciada por Jerônimo de Ornelas.
• Uma organização agrária que secularmente veio se alterando nos seus limites e dimensões. A partir de uma primeira grande estância (a de Ornelas), com a desapropriação desta, vieram outros donos que a partiam, dividiam (e vendiam) em diversas fazendas menores, sem mudar a característica principal: o uso da terra para o desenvolvimento de culturas agrárias, criação de animais.
Mapa da Sermaria
O processo de fragmentação da terra continua com a transformação das fazendas em chácaras de no máximo 30 hectares a seguir em pequenos "TAMBOS" leite, em chácaras, sítios e finalmente os lotreamentos urbanos na década de 40/50. Esta fragmentação é um fenômeno que podemos contatar até os dias de hoje! (aqui cabe uma reflexão do arquiteto Escobar sobre este fenômeno urbano)!.
As Ruínas da sede da Fazenda - Um lugar Mágico
• No começo da Urbanização da Santa Isabel na década de 60 ainda podíamos ver ruinas de uma construção remanescente da época das fazendas era uma construção em ruínas de uma casa possívelmente a sede da fazenda com uma figueira ao lado, um lago, uma ponte de madeira e a Um rico pomar de frutas nativas onde podiámos "Apreciar" pitangueiras gigantes, gaviroveiras, quaresmeiras, araçazeiros, butiazeiros, pereiras, entre outras. Havia também "Santinha" Nossa Senhora Medianeira. A santinha, era como chamávamos, tinha de 1.30m de altura, ficava num pedestal de pedras com 1.60m de altura. Neste local ao pé do Morro Santana a nordeste da Escola Walter Jobim. Veja no mapa 01.
A Santinha ao pé
do Morro Santana
A formação da Grande Santa Isabel
Apesar da formação Santa Isabel ter começado em 1944, quando surgiu o 1º loteamento na chamada Lomba do Sabão, Passo do Sabão ou 4º Distrito entre o atual Campus da UFRGS e o Parque Saint Hilare. A ocupação efetiva dos altos da atual avenida Liberdade, onde hoje está o núcleo central do bairro, só ocorreu a partir de 1953, nesse ano já podemos definir com "urbano" o primeiro aglomerado de casas e pequenos comércios que se localizam no Loteamento “Nossa Senhora Medianeira” - a Vila Medianeira - de Francisco Homes.
• Bairro Santa Isabel completa 54 anos de formação em dezembro de 2007.
As ruínas
Todas as Vilas
• Vila Santa Isabel, Vila Nossa Senhora Medianeira, Vila Nossa Senhora Aparecida, Vila Diamantina, Vila Monte Castelo, Vila Monte Alegre, Lomba do Sabão, Vila Lanza, Parque Índio Jari, Vila Luciana, Vila União, Jardim Lacy, Jardim Universitário, Lotamento Campos da Colina, e finalmente Condomínio Três Figueiras.
• Hoje se define como Grande Santa Isabel este aglomarado de vilas, jardins, parques, loteamentos e condomínios. Uma das razões para a definição desta denominação se dá pelo tempo em que os ônibos até a década de 70 traziam no letreiro frontal o Nome da "Vila" Santa Isabel. Assim mesmo quem Morasse em outra "vila" dava como endereço a Santa Isabel para facilitar.
Foto Aérea da Santa Isabel - 1963
Um lugar formado por muitas etnias
• Um dos grandes triunfos da Santa Isabel foi ter sido formada por várias nacionalidades de imigrantes que, à procura de um lugar para trabalhar e morar se estabeleceram aqui. A maioria vindos do interior.

Os decendentes de alemães -
• Entre outros Willy Votrich, Aneldo, Max (motorista do primeiro ônibus), tiveram um papel importante na criação da Sogisi, referência no entretenimento e nas reuniões sociais da época, principalmente nas primeiras três décadas.
Alemães: Hilda, Martha, Willy e Aneldo
Os Franceses
• Donos principal indústria da Santa Isabel, a Metalúrgica Heraud Henrique e Paulo Heraud empregavam mais de 200 passoas. A Metalúrgica Heraud que fabricou os componetes metálicos para a Travessia Getúlio Vargas (Ponte do Guaíba). Teve seu apogeu de 1956 a 1963.

Os Padres Holandeses
• Sem falar nada de português Padre Guilherme Spann que vieram para a Santa Isabel para fundar a nossa Paróquia Martinho, Holandeses

Brasileiros
• Nunca esquecendo os de origem "brasileira" Deóclécio Medeiros e Seu Nenê da Medaneira, fundador da primeira sociedade e primeiro clube de futebol o independente.

Decendentes dos Imigrantes Italianos
• Entre outros: Severino Travisan, Antonio Furlan e Valdomiro Furlan, foram importantes para o desenvolvimento econômico da região.

• Esta mistura de etnias fez com que a Santa Isabel se destacasse das demais zonas da cidade, obtendo assim, um progresso e riquezas humana, cultural e financeira em pleno desenvolvimento ainda hoje. Para muitos, o bairro já é uma cidade dentro de Viamão.

Aqui Italianos e
Franceses
Os Haraud, Quintino Bonetto
e Valdomiro Furlan
Histórico da Paróquia Santa Isabel
Em 1955, foi inaugurado o Loteamento da Vila Santa Isabel. As primeiras famílias que aqui chegaram, atraídos pela Metalúrgica Heraud e outras promessas eram de origem italiana, alemã, francesa e lusa. Essa população sentia a necessidade de ter um lugar que pudesse se reunir, nos fins de semana, para rezar e celebrar a Eucaristia. Em meio a esta situação, tiveram a idéia de construir uma capelinha de madeira, num terreno doado para esse fim. Hoje neste local existe a escola Walt Disney, que faz parte da Vila Medianeira.
Ali os moradores se reuniam para suas rezas com assistência do padre da Paróquia N. Sra. De Fátima, de Viamopólis e dos padres do Seminário Maior de Viamão.

Em janeiro de 1960, chega da Holanda o Pe. Guilherme Spann, OSFS para dar atendimento religioso e social e social aos moradores do novo bairro e preparar a criação da nova paróquia e sondar a possibilidade de abrir aqui uma Casa de Formação dos OSFS.
Em novembro de 1959 uma forte tempestade de eventos e granizo destruiu completamente a capelinha da Medianeira (no Walt Disney), para o desalento de todos os moradores. Recolhendo as madeiras que restaram, a mesma foi reconstruídas, mas em tamanho menor.

A chegada de Pe. Guilherme trouxe aos moradores muitas esperanças. Os moradores junto com o padre se reuniram e decidiram mudar o local da futura sede da Paróquia para a avenida, já que ali iniciava maior concentração dos moradores. Com autorização do Arcebispo D. Vicente Scherer a capelinha da Medianeira, em 1962, foi doada para iniciar a nova Comunidade de Sto Agostinho, na Vila Augusta.

O novo templo da Comunidade Católica de Santa Isabel iniciou com a compra dos terrenos pela comunidade, os quais, foram adquiridos com muito sacrifício.
Uns terrenos foram adquiridos pela Paróquia Sto. Antonio, do Pão dos pobres, de Porto Alegre e outros dois terrenos foram doados pela Imobiliária Diamantina.

Escolheram como nome Santa Isabel da Hungria para nova Capela(galpão) construído provisoriamente, em 1961. Para inaugurar a Capela Santa Isabel fizeram, no dia de Corpus Chisti, uma procissão com o Santíssimo Sacramento, em caminhão aberto, da Vila Medianeira, local da 1º capelinha até a nova capela Santa Isabel
O nome santa Isabel, se deve ao loteamento ser chamado de Santa Isabel e terem recebido do dono da empresa de ônibus da vila, a imagem de Santa Isabel da Hungria.

A Vila crescia muito e tudo indicava ter grande futuro. O sonho de ser aqui uma nova Paróquia não estava longe. Já tinha o Pe. Guilherme, que nos primeiros seis meses morava no Seminário de Viamão e vinha até a Vila de lambreta e depois adquiriu uma casa de madeira na Rua Maranhão, hoje Rua Pe. Guilherme.
O Cardeal Dom Vicente Scherer, em 23 de fevereiro de 1960, criou a nova Paróquia Santa Isabel, desmembrada da Paróquia N. Sra. de Fátima de Viamópolis.

A nova Paróquia, desde o inicio, foi confiá-la aos cuidados da Congregação dos Oblatos de São Francisco de Sales, do qual o Pe. Guilherme Spann, OSFS foi o seu primeiro Pároco e logo depois auxiliado por Pe. Martinho Stokman, OSFS, também vindo da Holanda.

Em 1962, iniciou a construção do templo que temos hoje com o nome de Santa Isabel. No inicio, a construção foi feita em grande parte em forma de mutirão, com festejos populares e doações de amigos e benfeitores, em especial do exterior (Holanda).

A igreja Católica celebra no dia 17 de novembro, a festa litúrgica de Santa Isabel da Hungria, nossa padroeira.

Em 1969 foi inaugurada a casa de Formação dos Oblatos de Sales em Santa Isabel, local onde ficam os jovens que se prepararam para serem religiosos e sacerdotes.

Em 1963 foi constituída a entidade Assistência Social Santa Isabel (ASSI) e em 1964 inicia a escola Paroquial Santa Isabel, em 1993 foi feito o contrato de comodato com Prefeito Municipal Viamão.